O Caçador de Esmeraldas

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Roberto Sandoval : rlavodnas@gmail.com ou rlavodnas@hotmail.com

Introdução :



O CAÇADOR DE ESMERALDAS
Episódio da Epopéia Sertanista do XVII Século
O Caçador de Esmeraldas
(Olavo Bilac)

I
Foi em março, ao findar das chuvas, quase à entrada
Do outono, quando a terra, em sede requeimada,
Bebera longamente as águas da estação,
- Que, em bandeira, buscando esmeraldas e prata,
À frente dos peões filhos da rude mata,
Fernão Dias Pais Leme entrou pelo sertão.
Ah! quem te vira assim, no alvorecer da vida,
Bruta Pátria, no berço, entre as selvas dormida,
No virginal pudor das primitivas eras,
Quando, aos beijos do sol, mal compreendendo o anseio
Do mundo por nascer que trazias no seio,
Reboavas ao tropel dos índios e das feras!
Já lá fora, da ourela azul das enseadas,
Das angras verdes, onde as águas repousadas
Vêm, borbulhando, à flor dos cachopos cantar;
Das abras e da foz dos tumultuosos rios,
Tomadas de pavor, dando contra os baixios,
As pirogas dos teus fugiam pelo mar...
De longe, ao duro vento opondo as largas velas,
Bailando ao furacão, vinham as caravelas,
Entre os uivos do mar e o silêncio dos astros;
E tu, do litoral, de rojo nas areias,
Vias o Oceano arfar, vias as ondas cheias
De uma palpitação de proas e de mastros.
Pelo deserto imenso e líquido, os penhascos
Feriam-nas em vão, roíam-lhes os cascos...
A quantas, quanta vez, rodando aos ventos maus,
O primeiro pegão, como a baixéis, quebrava!
E lá iam, no alvor da espumarada brava,
Despojos da ambição, cadáveres de naus.

Outras vinham, na lebre heróica da conquista!
E quando, de entre os véus das neblinas, à vista
Dos nautas fulgurava o teu verde sorriso,
Os seus olhos, ó Pátria, enchiam-se de pranto:
Era como se, erguendo a ponta do teu manto,
Vissem, à beira d'água, abrir-se o Paraíso!
Mais numerosa, mais audaz, de dia em dia,
Engrossava a invasão. Como a enchente bravia,
Que sobre as terras, palmo a palmo, abre o lençol
Da água devastadora, - os brancos avançavam:
E os teus filhos de bronze ante eles recuavam,
Como a sombra recua ante a invasão do sol.
Já nas faldas da serra apinhavam-se aldeias;
Levantava-se a cruz sobre as alvas areias,
Onde, ao brando mover dos leques das juçaras,
Vivera e progredira a tua gente forte.
Soprara a destruição, como um vento de morte,
Desterrando os pajés, abatendo as caiçaras.
Mas além, por detrás das broncas serranias,
Na cerrada região das florestas sombrias,
Cujos troncos, rompendo as lianas e os cipós,
Alastravam no céu léguas de rama escura;
Nos matagais, em cuja horrível espessura
Só corria a anta leve e uivava a onça feroz:
Além da áspera brenha, onde as tribos errantes
À sombra maternal das árvores gigantes
Acampavam; além das sossegadas águas
Das lagoas, dormindo entre aningais floridos;
Dos rios, acachoando em quedas e bramidos,
Mordendo os alcantis, roncando pelas fráguas;
- Aí, não ia ecoar o estrupido da luta.
E, no seio nutriz da natureza bruta,
Resguardava o pudor teu verde coração!
Ah! quem te vira assim, entre as selvas sonhando,
Quando a bandeira entrou pelo teu seio, quando
Fernão Dias Pais Leme invadiu o sertão!
II
Para o norte inclinando a lombada brumosa,
Entre os nateiros jaz a serra misteriosa;
A azul Vupabuçu beija-lhe as verdes faldas,
E águas crespas, galgando abismos e barrancos
Atulhados de prata, umedecem-lhe os flancos
Em cujos socavões dormem as esmeraldas.

Verde sonho!... é a jornada ao país da Loucura!
Quantas bandeiras já, pela mesma aventura
Levadas, em tropel, na ânsia de enriquecer!
Em cada tremedal, em cada escarpa, em cada
Brenha rude, o luar beija à noite uma ossada,
Que vêm, a uivar de fome, as onças remexer.
Que importa o desamparo em meio do deserto,
E essa vida sem lar, e esse vaguear incerto
De terror em terror, lutando braço a braço
Com a inclemência do céu e a dureza da sorte?
Serra bruta! dar-lhe-ás, antes de dar-lhe a morte,
As pedras de Cortez, que escondes no regaço!
E sete anos, de fio em fio destramando
O mistério, de passo em passo penetrando
O verde arcano, foi o bandeirante audaz.
- Marcha horrenda! derrota implacável e calma,
Sem uma hora de amor, estrangulando na alma
Toda a recordação do que ficava atrás!
A cada volta, a Morte, afiando o olhar faminto,
Incansável no ardil, rondando o labirinto
Em que às tontas errava a bandeira nas matas,
Cercando-a com o crescer dos rios iracundos,
Espiando-a no pendor dos boqueirões profundos,
Onde vinham ruir com fragor as cascatas.
Aqui, tapando o espaço, entrelaçando as grenhas
Em negros paredões, levantavam-se as brenhas,
Cuja muralha, em vão, sem a poder dobrar,
Vinham acometer os temporais, aos roncos;
E os machados, de sol a sol mordendo os troncos,
Contra esse adarve bruto em vão rodavam no ar.

Dentro, no frio horror das balseiras escuras,
Viscosas e oscilando, úmidas colgaduras
Pendiam de cipós na escuridão noturna;
E um mundo de reptis silvava no negrume;
Cada folha pisada exalava um queixume,
E uma pupila má chispava em cada furna.
Depois, nos chapadões, o rude acampamento:
As barracas, voando em frangalhos ao vento,
Ao granizo, à invernada, à chuva, ao temporal.
E quantos deles, nus, sequiosos, no abandono,
Iam ficando atrás, no derradeiro sono,
Sem chegar ao sopé da colina fatal!

Que importava? Ao clarear da manhã, a companha
Buscava no horizonte o perfil da montanha...
Quando apareceria enfim, vergando a espalda,
Desenhada no céu entre as neblinas claras,
A grande serra, mie das esmeraldas raras,
Verde e faiscante como uma grande esmeralda?
Avante! e os aguaçais seguiam-se às florestas...
Vinham os lamarões, as leziras funestas,
De água paralisada e decomposta ao sol,
Em cuja face, como um bando de fantasmas,
Erravam dia e noite as febres e os miasmas,
Numa ronda letal sobre o podre lençol.
Agora, o áspero morro, os caminhos fragosos.
Leve, de quando em quando, entre os troncos nodosos
Passa um plúmeo cocar, como uma ave que voa...
Uma frecha, subtil, silva e zarguncha... É a guerra!
São os índios! Retumba o eco da bruta serra
Ao tropel... E o estridor da batalha reboa.
Depois, os ribeirões, nas levadas, transpondo
As ribas, rebramando, e de estrondo em estrondo
Inchando em macaréus o seio destruidor,
E desenraizando os troncos seculares,
No esto da aluvão estremecendo os ares,
E indo torvos rolar nos vales com fragor...
Sete anos! combatendo índios, febres, paludes,
Feras, reptis, - contendo os sertanejos rudes,
Dominando o furor da amotinada escolta...
Sete anos!. .. E ei-lo de volta, enfim, com o seu tesouro!
Com que amor, contra o peito, a sacola de couro
Aperta, a transbordar de pedras verdes! - volta...
Mas num desvio da mata, uma tarde, ao sol posto,
Pára. Um frio livor se lhe espalha no rosto...
E a febre! O Vencedor não passará dali!
Na terra que venceu há de cair vencido:
E a febre: é a morte! E o Herói, trôpego e envelhecido,
Roto, e sem forças, cai junto do Guaicuí...
III
Fernão Dias Pais Leme agoniza. Um lamento
Chora longo, a rolar na longa voz do vento.
Mugem soturnamente as águas. O céu arde.
Trasmonta fulvo o sol. E a natureza assiste,
Na mesma solidão e na mesma hora triste,
À agonia do herói e à agonia da tarde.
Piam perto, na sombra, as aves agoireiras.
Silvam as cobras. Longe, as feras carniceiras
Uivam nas lapas. Desce a noite, como um véu...
Pálido, no palor da luz, o sertanejo
Estorce-se no crebro e derradeiro arquejo.
- Fernão Dias Pais Leme agoniza, e olha o céu.
Oh! esse último olhar ao firmamento! A vida
Em surtos de paixão e febre repartida,
Toda, num só olhar, devorando as estrelas!
Esse olhar, que sai como um beijo da pupila,
- Que as implora, que bebe a sua luz tranqüila,
Que morre... e nunca mais, nunca mais há de vê-las!
Ei-las todas, enchendo o céu, de canto a canto.
Nunca assim se espalhou, resplandecendo tanto,
Tanta constelação pela planície azul!
Nunca Vênus assim fulgiu! Nunca tão perto,
Nunca com tanto amor sobre o sertão deserto
Pairou tremulamente o Cruzeiro do Sul!
Noites de outrora!... Enquanto a bandeira dormia
Exausta, e áspero o vento em derredor zunia,
E a voz do noitibó soava como um agouro,
- Quantas vezes Fernão, do cabeço de um monte,
Via lenta subir do fundo do horizonte
A clara procissão dessas bandeiras de ouro!

Adeus, astros da noite! Adeus, frescas ramagens
Que a aurora desmanchava em perfumes selvagens!
Ninhos cantando no ar! suspensos gineceus
Ressoantes de amor! outonos benfeitores!
Nuvens e aves, adeus! adeus, feras e flores!
Fernão Dias Pais Leme espera a morte... Adeus!
O Sertanista ousado agoniza, sozinho.
Empasta-lhe o suor a barba em desalinho;
E com a roupa de couro em farrapos, deitado,
Com a garganta afogada em uivos, ululante,
Entre os troncos da brenha hirsuta, - o Bandeirante
Jaz por terra, à feição de um tronco derribado...
E o delírio começa. A mio, que a febre agita,
Ergue-se, treme no ar, sobe, descamba aflita,
Crispa os dedos, e sonda a terra, e escarva o chio:
Sangra as unhas, revolve as raízes, acerta,
Agarra o saco, e apalpa-o, e contra o peito o aperta,
Como para o enterrar dentro do coração.
Ah! mísero demente! o teu tesouro é falso!
Tu caminhaste em vão, por sete anos, no encalço
De uma nuvem falaz, de um sonho malfazejo!
Enganou-te a ambição! mais pobre que um mendigo,
Agonizas, sem luz, sem amor, sem amigo,
Sem ter quem te conceda a extrema-unção de um beijo!
E foi para morrer de cansaço e de fome,
Sem ter quem, murmurando em lágrimas teu nome,
Te dê uma oração e um punhado de cal,
- Que tantos corações calcaste sob os passos,
E na alma da mulher que te estendia os braços
Sem piedade lançaste um veneno mortal!
E ei-la, a morte! e ei-lo, o fim! A palidez aumenta;
Fernão Dias se esvai, numa síncope lenta...
Mas, agora, um dano ilumina-lhe a face:
E essa face cavada e magra, que a tortura
Da fome e as privações maceraram, - fulgura,
Como se a asa ideal de um arcanjo a roçasse.
IV
Adoça-se-lhe o olhar, num fulgor indeciso:
Leve, na boca aflante, esvoaça-lhe um sorriso...
- E adelgaça-se o véu das sombras. O luar
Abre no horror da noite uma verde clareira.
Como para abraçar a natureza inteira,
Fernão Dias Pais Leme estira os braços no ar.
Verdes, os astros no alto abrem-se em verdes chamas;
Verdes, na verde mata, embalançam-se as ramas;
E flores verdes no ar brandamente se movem;
Chispam verdes fuzis riscando o céu sombrio;
Em esmeraldas flui a água verde do rio,
E do céu, todo verde, as esmeraldas chovem...

E é uma ressurreição! O corpo se levanta:
Nos olhos, já sem luz, a vida exsurge e canta!
E esse destroço humano, esse pouco de pó
Contra a destruição se aferra à vida, e luta,
E treme, e cresce, e brilha, e afia o ouvido, e escuta
A voz, que na solidão só ele escuta, - só:
"Morre! morrem-te às mãos as pedras desejadas,
Desfeitas como um sonho, e em lodo desmanchadas...
Que importa? dorme em paz, que o teu labor é findo!
Nos campos, no pendor das montanhas fragosas,
Como um grande colar de esmeraldas gloriosas,
As tuas povoações se estenderão fulgindo!
Quando do acampamento o bando peregrino
Saia, antemanhã, ao sabor do destino,
Em busca, ao norte e ao sul, de jazida melhor,
- No cômoro de terra, em que teu pé poisara,
Os colmados de palha aprumavam-se, e clara
A luz de uma clareira espancava o arredor.
Nesse louco vagar, nessa marcha perdida,
Tu foste, como o sol, uma fonte de vida:
Cada passada tua era um caminho aberto!
Cada pouso mudado, uma nova conquista!
E enquanto ias, sonhando o teu sonho egoísta,
Teu pé, como o de um deus, fecundava o deserto!

Morre! tu viverás nas estradas que abriste!
Teu nome rolará no largo choro triste
Da água do Guaicuí... Morre, Conquistador!
Viverás quando, feito em seiva o sangue, aos ares
Subires, e, nutrindo uma árvore, cantares
Numa ramada verde entre um ninho e uma flor!
Morre! germinarão as sagradas sementes
Das gotas de suor, das lágrimas ardentes!
Hão de frutificar as fomes e as vigílias!
E um dia, povoada a terra em que te deitas,
Quando, aos beijos do sol, sobrarem as colheitas,
Quando, aos beijos do amor, crescerem as famílias,
Tu cantarás na voz dos sinos, nas charruas,
No esto da multidão, no tumultuar das ruas,
No clamor do trabalho e nos hinos da paz!
E, subjugando o olvido, através das idades,
Violador de sertões, plantador de cidades,
Dentro do coração da Pátria viverás!"
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Cala-se a estranha voz. Dorme de novo tudo.
Agora, a deslizar pelo arvoredo mudo,
Como um choro de prata algente o luar escorre.
E sereno, feliz, no maternal regaço
Da terra, sob a paz estrelada do espaço,
Fernão Dias Pais Leme os olhos cerra. E morre.



Capítulo I - Fernão Dias Pais Leme

Nasceu em São Paulo pelos anos de 1608 , faleceu em 1681 , uns dizem que em suas terras no Parnaíba , outros dizem ter falecido , em busca de esmeraldas , no Sertão do Espírito Santo , hoje terras de Minas Gerais , na Quinta do Sumidouro , atual município de Pedro Leopoldo. Foi casado com Lucrécia Leme.

Fernão Dias Pais Leme  (São Paulo, c. 1608 – sertão do Espírito Santo) , provavelmente Quinta do Sumidouro, em 1681) foi um bandeirante paulista. Ficou conhecido como "O Caçador de Esmeraldas". É o bandeirante de mais largo renome, juntamente a Antônio Raposo Tavares.

Integrou a famosa bandeira de Antônio Raposo Tavares, ao sul do Brasil, em 1638, que devassou os atuais estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e talvez o Uruguai. Nos ataques às reduções do Ibicuí, no atual Rio Grande do Sul, acompanhava-o o irmão Pascoal Leite Pais, que, sofrendo uma derrota a tropa que comandava, como capitão, em Caaçapaguaçu, em 1638, foi preso pelos espanhóis comandados por D. Pedro de Lugo e levado para o rio da Prata. Somente anos depois voltaria a São Paulo, para tomar parte em bandeiras até morrer em 1681, em sua fazenda de Parnaíba.

Defensor da expulsão dos jesuítas, que não concordavam com a escravização dos índios, partiu em nova bandeira, de 1644 a 1646, dessa vez pelo sertão paulista. Em 1650, administrou a construção do Mosteiro de São Bento, na Vila de São Paulo , sendo eleito juiz ordinário no ano seguinte. Em 1653, promoveu uma reconciliação entre paulistas e jesuítas.

Mas, em 1661, empreendeu novas expedições ao sertão em busca de índios para escravizar. Penetrou o Sul "até a serra de Apucarana", no "Reino dos índios da nação Guaianás", ou seja, no sertão do atual estado do Paraná. Retornou em 1665, com gente de três tribos, mais de quatro mil índios, mas, sem conseguir vendê-los, passou a administrá-los numa aldeia às margens do Rio Tietê, em suas terras, abaixo da vila de Parnaíba. Abastecia assim suas próprias lavouras.
As grandes expedições e descobertas por Lourenço Castanho Taques, Borba Gato, Matias Cardoso de Almeida e Fernão Dias se deram entre 1660 e 1670. Desde que uma entrada pelo Espírito Santo, chefiada por Marcos de Azeredo, dito O Velho, trouxe amostras de esmeraldas, em 1611, havia renascido o sonho de encontrar tais pedras.
Em 1671, Fernão Dias Pais Leme recebeu ordens do governador Afonso Furtado para penetrar no sertão em busca das esmeraldas da mítica serra do Sabarabuçu. Uma carta régia de 21 de setembro de 1664 tinha-lhe pedido para "ajudar Agostinho Barbalho Bezerra", de modo que a corte começava a tomar conhecimento das esperanças por ouro renascidas no Sabarabuçu.

Elogiado pelos seus grandes serviços pelas cartas régias de 27 de setembro de 1664, de 3 de novembro de 1674, de 4 de dezembro de 1677 e de 12 de novembro de 1678, o bandeirante preador de índios se animou à empresa. Escreveu ao governador – ou lhe escreveu D. Afonso Furtado de Castro do Rio de Mendonça, senhor e depois primeiro visconde de Barbacena e governador-geral desde 8 de maio de 1671, incentivando-o a buscar regiões de prata e esmeraldas. Deu-lhe carta patente de chefe da grande bandeira com o título de "governador das esmeraldas e da conquista dos índios Mapaxós."
Para outros historiadores, como Diogo de Vasconcelos, Fernão Dias Pais Leme se ofereceu ao governador. Diz ele: "Seria chefe de ilustre família, senhor de vastos latifúndios e milhares de escravos, aldeias de índios que administrava, e grossos cabedais, além de corpo de armas numeroso."
De qualquer jeito, data de 30 de outubro de 1672 sua patente de "governador das esmeraldas", vinda da Bahia. No início dos preparativos, usou Manuel Pires Linhares, outro sertanista notável que viria a figurar, juntamente a Marcos de Azeredo Coutinho, como o descobridor das minas no distrito dos Cataguás ou Cataguazes. Teria Fernão declarado, em 1672, à câmara de São Paulo, "que ia aventurar pelas informações dos antigos e que se reportava ao que tinha escrito ao governo deste Estado sobre minas de prata e esmeraldas".
Teria sessenta anos: D. Lucrécia Leme, sua avó, viúva de Fernão Dias Pais Leme, em termo de inventário de 12 de maio de 1606, declara ter tido seu quinto filho Pedro Dias Pais (pai de Fernão Dias Pais Leme) aos 22 anos. Fernão Dias foi o primogênito.
Na carta recebida do rei, elogiando seus grandes serviços, insinuava a conquista dos índios goianás. Ora, parte dessa nação, aterrada, se refugiara além da serra atual de Apucarana, onde formaram reino em que, em breve, guerreariam entre si. Eram os índios de melhor índole em sociedade, monógamos, cultivando a terra, vivendo em aldeias, mostrando noções de governo incomuns. Fernão Dias aproveitara a ocasião e penetrou o sertão, quando da guerra de extermínio entre eles, e conquistou-os para os apresentar ao grêmio da Igreja, conduzindo mais de cinco mil para as terras do rio Tietê junto à vila de Parnaíba, de sua propriedade. Quando da morte depois de seu régulo Tombu, que recusara de início receber o batismo por não crer numa lei em que o Senhor não castigava de pronto os infratores, mas afinal se batizara e recebera nome de Antônio, os goianás quiseram voltar ao sertão, mas Dias Pais os impedira, e com eles compôs a principal coluna da leva com que mais tarde marchou para o sertão.

A 8 de agosto de 1672, Fernão Dias Pais Leme se apresentou à câmara de São Paulo a chamado de seus oficiais e declarou que, em cumprimento da carta régia, partiria em março seguinte para o sertão de Sabarabuçu a fim de descobrir prata e esmeraldas. Itaverava-uçu ou Sabarabuçu era a "serra que resplandece", inventada por Filipe Guilhem: sertanista castelhano, a procurar nas "gerais" sem tamanho a misteriosa montanha de prata ou esmeralda, visão do paraíso... Buscavam também o lugar denominado por Marcos de Azeredo Coutinho, o primeiro que penetrou aqueles sertões, onde morreu de carneiradas, de que mais tarde será também será vitima o próprio Fernão Dias Pais Leme no rio Sumidouro, chamado Anhonhecanduva pelos índios.
Sua bandeira foi precedida pela bandeira de Matias Cardoso de Almeida, enviado em 1673 com a missão de plantar as indispensáveis roças de mantimentos. Matias Cardoso havia conhecido os tais índios mapaxós, aos quais obrigara a ir cada vez para mais longe. A outra parte da bandeira, ou segunda vanguarda, comandada por Bartolomeu da Cunha Gago, partiu no início de 1674, procedendo às colheitas e armazenando-a ao longo da jornada.

Em 20 de julho de 1674, Fernão Dias escreveu carta a Bernardo Vieira Ravasco em que diz: "minha partida que será amanhã, sábado, 21 de julho de 1674, com 40 homens brancos e tenho quatro tropas minhas com toda a carga de mais importância no serro onde está o capitão Matias Cardoso esperando por mim, o qual me mandou pedir gente escoteira com pólvora e chumbo."[carece de fontes]
Matias Cardoso de Almeida se unira à expedição com um terço de sua própria dependência, armado a sua custa. Por vanguarda, já Bartolomeu da Cunha Gago fora enviado na frente.
Fernão partiu em 21 de julho de 1674. Teria sessenta e seis anos, e se fez acompanhar de seiscentos homens mais (cerca de quarenta brancos ou mamelucos e o restante de índios), entre eles seu filho Garcia Rodrigues Pais e seu genro Manuel da Borba Gato, casado com Maria Leite, além de numerosos outros sertanistas experientes: Francisco Pais de Oliveira Horta, seu genro, casado com Mariana Pais Leme; Francisco Pires Ribeiro, também chamado "Francisco Dias da Silva", seu sobrinho, filho de sua irmã Sebastiana Dias Leite e de Bento Pires; Antônio Bicudo de Alvarenga; Antônio Gonçalves Figueira; Antônio do Prado da Cunha; Baltasar da Costa Veiga; Belchior da Cunha, mameluco; Diogo Barbosa Leme; Domingos Cardoso Coutinho; João Bernal, que desertou com sua tropa em 1680; João Carvalho da Silva; José da Costa; José de Castilhos, que teve o posto de capitão e por morte de Fernão Dias, em 1681, ficou tomando conta do arraial de Itamarandiba; José de Seixas Borges, Manuel da Costa, Marcelino Teles; Pedro Leme do Prado, irmão de Diogo Barbosa Leme, e outros homens de séquito, além de índios goianazes e de tapanhunhos, para o descobrimento do ouro e esmeraldas – que somente cinco anos mais tarde seria realizado no sertão de Minas Gerais, e não por eles.
Seguiu como capelão o padre João Dias Leite, talvez o primeiro padre a rezar missa no sertão dos Cataguás, e o filho mameluco de Fernão, José Dias Pais.

Não se sabe na verdade por onde andou a bandeira. Uma hipótese é ter descido o vale do Paraíba rumo a Taubaté, ou à atual Lorena, transpondo a serra da Mantiqueira pela garganta do Embaú, como mais tarde seria tão usual, transpondo os rios Passa-quatro, então chamado Passa-trinta, e Capivari, estabelecendo-se no sítio onde dessa povoação primitiva surgiria mais tarde a cidade de Baependi. Outra hipótese fala em um ponto mais a oeste no território das atuais Minas Gerais, depois de atingido o rio Atibaia ou o rio Jaguari[desambiguação necessária].
Certamente, depois atravessou o rio Verde e o rio Grande, estabelecendo-se em Ivituruna, que, segundo o célebre historiador mineiro Diogo de Vasconcelos, seria "o primeiro lar da pátria mineira", e ali teria passado a estação chuvosa (de outubro a março).
No ano seguinte, 1675, deve ter-se posto em marcha, transpondo a Serra da Borda, alcançando a região do campo, tendo, no rio Paraopeba, (nome que vem de piraipeba – "rio de peixe chato") fundado o arraial de Santana dos Montes[desambiguação necessária]. Teria depois passado ao vale do rio das Velhas e estabelecido o arraial de São João do Sumidouro. Chegando a esse lugar, denominado pelos naturais "Anhonhecanhuva" (água que some, sumidouro), ficou por quatro anos (talvez de 1675 a 1681), fazendo diversas entradas no sertão que têm os distintos nomes de Sobra Buçu, Subrá buçu ou Sabarabuçu – uma serra a que hoje chamam Serra Negra ou Serra das Esmeraldas, próxima do Sumidouro – vizinha ao Sumidouro e chamam simplesmente Sabará. Diogo Vasconcelos explica tal nome: os índios, acreditando que os rios grandes eram pais dos rios pequenos, chamavam o rio das Velhas, da barra para baixo, "pai" ou çuba, e da barra para cima, çubará ou "pai partido". De modo que ao menor chamavam çubará-mirim, e era o que vai da Itambira. Posteriormente, por abreviação ficou-se chamando rio das Velhas e aquele simplesmente Sabará. O nome se referia portanto ao vale de um rio, uma região, e não a uma serra, ensina o historiador mineiro.

Borba Gato foi destacado para pesquisar ouro no Uaimi-i – ou Guaxim, Guaicuí, Rio das Velhas –, onde talvez tenha estabelecido os primórdios da cidade de Sabará. Durante sete anos, até 1681, percorreu a bacia do Jequitinhonha, pesquisando de vale em vale, provavelmente nos rios das Mortes, Paraopeba, das Velhas, Araçuaí e Jequitinhonha. Fundaram numerosos arraiais, dos quais apenas dois podem ser indicados com certeza: o atual Santana do Paraopeba e o de Sumidouro (do rio das Velhas). Mas se especula, com base em manuscrito de Pedro Dias Pais Leme, marquês de Quixeramobim, seu neto, que tal expedição tinha como outros postos ou celeiros os lugares onde nasceriam os arraiais de Vituruna ou Ibituruna ("serra negra"), Roça Grande, Tucambira ou Itacambira, Itamarandiba, Esmeraldas, Mata das Pedrarias e Serra Fria – escalas de roteiro e localidades que serviram às expedições posteriores e que se tornaram povoados.
Houve grandes dificuldades, como a luta contra os índios, o abandono de companheiros descrentes (como Matias Cardoso de Almeida) e dos dois capelães, a falta de recursos de São Paulo, a conspiração, em Sumidouro ou Anhanhonhecanha, de seu filho natural mameluco, José Dias Pais, o qual foi sentenciado pelo pai à morte por enforcamento.
Depois dos socorros enviados de São Paulo por sua mulher, pois para lá despachara dois índios goianás como postilhões, dando notícias ao príncipe-regente e ao governador, Fernão Dias partiu pela dilatada montanha. Teria prosseguido com Borba Gato, Francisco Pires Ribeiro, o cabo José de Castilhos, companheiro valoroso, seu filho Garcia. Estava reduzida agora sua bandeira. Acompanhou a cordilheira central e seguiu o rio das Velhas até encontrar a serra do Espinhaço, que foi sempre flanqueada do lado do poente; perlongando-a em toda sua extensão, chegou ao Itambé, entrando nos vales do rio Itamarandiba e do rio Araçuaí e às nascentes do rio Pardo. Diz Vasconcelos: "transporta aí – no Itambé – a serra para o nascente, ganhou o fio do Itamirindiba ('rio de cascalho, pedrinhas soltas'), pelo qual viajaram até foz do rio Araçuaí ("rio grande do oriente"), por cujo vale andaram até passar para a margem esquerda em lugar próprio, indicado pelo agulhão". Os roteiros do sertão eram familiares, Fernão Dias de Sul a Norte cortou diretriz tão certa que seus arraiais se colocaram mais ou menos sob o mesmo meridiano da Garganta do Embaú; encontrava-se agora com a antiga orografia dos trilhos de Marcos de Azeredo Coutinho, embora viesse de rumo invertido de Sul a Norte: do Araçuaí, apontaram para a conhecida serra dilatada de onde nasce o rio das Ourinas, hoje rio Pardo, mais tarde explorado, e devassando as cercanias em busca da Lagoa Vapabuçu, encontraram "horda de selvagens", prenderam um que se ofereceu por guia – a lagoa ficava além da Itacambira ("pedra pontuda") e o índio conhecia os socavões das esmeraldas. Chegaram à lagoa afinal, apesar da influência deletéria do clima, colheram pedras. Na volta fundaram ali o arraial de Itacambira para servir de celeiro e guarnição do distrito das esmeraldas; era zona de índios tapajós. Voltando, nos chãos do Guaicuí o assaltaram as carneiradas, nome que se dava às febres palustres no sertão, e agravando-se seus padecimentos morreu à vista do Sumidouro, em maio de 1681.
Especula-se hoje que deve ter ido pelo vale do rio (e serra?) de Itacambira (Tucambira, papo de Tucano); seguindo sua confluência até o rio Jequitinhonha; atravessando, foram ter ao rio Araçuai, cujo curso subiram até seu afluente da margem direita, o rio Itamarindiba, muito fértil de peixe. E o que seria na verdade a famosa lagoa de Vapabuçu, objetivo de tantas fadigas? Talvez a hoje Lagoa da Água Preta? Buscava Vupabuçu ou Lago Grande, o socavão das esmeraldas que ali dizia ter descoberto Marcos Azeredo. Em fevereiro de 1681, ali teria achado pedras verdes. De qualquer jeito, seria na região banhada pelos rios Jequitinhonha e Araçuaí, riachos hoje chamados Gravata, Setúbal, Lufa, Calhau, Piauí e Urubu, que descem das montanhas que separam as bacias do rio Doce e do rio Jequitinhonha, a mais rica no Brasil, até hoje, em pedras coloridas.
Diz Diogo: "Chegou finalmente, indo para o Norte, às águas do Vupabuçu de onde expediu cem bastardos à volta, nos pântanos pestilentos. E achou. Febres pestíferas, o hálito celebrado".
Serra Fria deve ter sido um posto no itinerário do retorno, procurando atalho de volta para o Sumidouro: era a Ivituruí dos índios. Um obscuro participante, Duarte Lopes, achou ouro num ribeirão afluente do rio Guarapiranga, pertinho da atual Mariana, e, por isso, em 1694, a bandeira vicentina de Manuel de Camargo, do seu cunhado Bartolomeu Bueno de Siqueira, do genro Miguel de Almeida e do sobrinho João Lopes de Camargo, teriam para lá se dirigido e descoberto ouro na serra de Itaverava, atual Ouro Preto.

A verdade é que, depois de percorrer durante quatro anos as terras que pertenceriam ao Espírito Santo (e hoje formam o estado de Minas Gerais), tendo fundado diversos arraiais, encontrou um lote de pedras verdes. As pedras não eram esmeraldas, mas turmalinas, mas Fernão Dias morreu de febre no meio da mata, sem tomar conhecimento desse fato. Era outono em 1681.
Partira de São Paulo a tropa de D. Rodrigo de Castelo Branco, com Matias Cardoso de Almeida. No mês de março de 1681, escrevia Fernão Dias carta datada de 27: "Deixo abertas cavas de esmeraldas no mesmo morro donde as levou Marcos de Azeredo, já defunto, coisa que há de estimar-se em Portugal." A tradição quer que tais esmeraldas tenham sido colhidas na região dos rios Jequitinhonha e Araçuaí.
Fernão Dias Pais Leme morreu junto ao rio Guaicuí (Guaiachi ou Rio das Velhas). Segundo a lenda o seu corpo esta enterrado ao lado da Igreja de Pedra que ele mandou construiu no seculo XVII, por razões desconhecidas a igreja que fica no distrito de Barra do Guaicuí município de Várzea da Palma, Minas Gerais nunca foi concluída. Muitos outros morreriam da mesma febre no Vapauçu e Itamarandiba. Comentam autores que certamente chegou às alturas do Serro do Frio e proibiu a penetração de qualquer bandeira ao norte de Sabarabuçu. Muito se escreveu sobre sua morte: especula-se que deve ter morrido à vista do Sumidouro. Por última vontade, encarregou o filho Garcia de voltar a São Paulo para entregar as esmeraldas à câmara e se colocar como primogênito à testa da família. Ao genro Borba Gato, deve ter na mesma ocasião mandado sair do Sumidouro em continuação dos descobrimentos do Sabarabuçu, para cuja diligência Garcia lhe entregaria, como se cumpriu, os instrumentos, armas e munições da bandeira. O historiador Diogo de Vasconcelos acha, por sua vez, que Borba Gato estivera nesse tempo no Sabarabuçu e não no Sumidouro, enquanto Fernão Dias seguira para o sertão das esmeraldas – o que outros autores consideram contraditório, pois não teria armas e munições como lhe foram entregues, e o ouro do Sabarabuçu, à flor da margem do rio, certamente já estaria por este descoberto.
Dispersou-se a bandeira, Garcia Rodrigues Pais voltou a São Paulo, encontrando no caminho a gente de D. Rodrigo de Castelo Branco. Depois dos incidentes conhecidos, Borba Gato partiu para Sabarabuçu. Dos sertanistas que o acompanharam, Matias Cardoso estabeleceu depois a estrada entre as Minas e os currais de gado do São Francisco; Borba Gato devassou o Rio das Velhas; e Garcia Rodrigues Pais abriu a estrada de Minas para o Rio de janeiro que ficou conhecida como Caminho Novo.
Desde 1660, havia ajudado na reconstrução do mosteiro de São Bento, onde obteve jazigo para si e seus descendentes. Seus ossos foram assim sepultados no Mosteiro de São Bento em São Paulo, do qual havia sido financiador. Na pequena cidade de Ibituruna, no Sul de Minas, existe até hoje um marco de pedra que se atribuiu ao Bandeirante, que deixou sua herança em inúmeras outras localidades mineiras, como Pouso Alegre, onde existe uma estátua de pedra ao lado da Rodovia que leva o seu nome.
As câmaras de Parnaíba, São Vicente, Santos, São Paulo e Taubaté passaram atestado de seus serviços, a primeira em 20 de dezembro de 1681.
Enquanto isso, o príncipe-regente, futuro D. Pedro II de Portugal, em 4 de dezembro de 1677 lhe havia enviado carta, meio perplexo, em que lhe diz: "Pelas cartas que me escrevestes, fiquei entendendo o zelo que tendes do meu serviço; e como tratáveis do descobrimento da serra do Sabarabuçu e outras minas nesse sertão, que enviastes amostras de cristal e outras pedras; e porque fio do vosso zelo, que ora novamente continues esse serviço com assistência do administrador geral D. Rodrigo de Castelo Branco e do tesoureiro geral Jorge Soares de Macedo, a quem ordeno, que desvanecido o negócio a que os mando das minas de prata e ouro de Parnaguá, passem a Sabarabuçu por ultima diligência das minas dessa repartição, em que há tanto tempo se continua sem efeito, espero que com a vossa indústria e advertência que que fizerdes ao mesmo administrador, tenha o bom sucesso que se procura; e a vós a mercê que podeis esperar de mim, quando do se consiga." Assim, o príncipe temia não o encontrar no sertão e enviara a D. Rodrigo, mas esse deveria ouvi-lo e seguir suas direções.

Desbravador dos sertões do Brasil, vinha de família de antigos paulistas, sendo filho de Pedro Dias Pais Leme, por sua vez de Fernão Dias Pais Leme e de Lucrécia Leme, com Maria Leite da Silva, filha de Pascoal Leite Furtado, dos Açores, de nobre família, e D. Isabel do Prado . Seu irmão Pascoal Leite Pais foi também bandeirante, além de bisavô materno do primeiro santo brasileiro, Frei Galvão . Residia em sua fazenda do Capão, no atual Pinheiros. Em 1626, assumiu o cargo de Fiscal de Rendas da câmara municipal.
O espírito guerreiro do "Caçador de Esmeraldas" se fez presente no século XX: Honório Lemes, que se dizia descendente do bandeirante, conhecido no Rio Grande do Sul como "O Leão de Caverá" ou "O Tropeiro da Liberdade", lutou na Revolução Legalista de 1923 com muita bravura, vindo a falecer em 1930 com sessenta e cinco anos de idade, pouco antes do começo da Revolução de 1930.


Fernão Dias Pais Leme descende efetivamente dos Lemes, apesar de não usualmente assinar o nome. Seriam descendentes de um Martim Leme, flamengo dos Países Baixos que, cansado das lutas contra a Espanha, se mudou para Lisboa, constituindo família em Portugal . Um ou mais filhos de Martim, já nascido em Portugal, migraram para a Ilha da Madeira e de lá para o Brasil, para a Capitania de São Vicente4 . Com a fundação da Vila de São Paulo de Piratininga, subiram a Serra do Mar e se transformaram numa das mais importantes famílias paulistanas. Desse tronco que descende Fernão Dias e outros Lemes, principalmente no interior de São Paulo, Paraná e no sul de Minas Gerais .

Fernão Dias Pais Leme e sua mulher Lucrécia Leme , deixaram , entre outros , a filha Luzia Leme , que segue no capítulo seguinte

Capítulo II - Luzia Leme

Faleceu em 1655 , foi casada com o Capitão Mor Governador Pedro Vaz de Barros , natural do Algarve , Portugal , nascido em 1644 , filho de Jeronimo Pedroso e de Joana Vaz de Barros.

"A. Moura, fls. 432; Jerônimo Poderoso, casou com Joana Vaz de Barros. Ambos meio cristãos novos. O casal não veio para o Brasil, como os filhos. Informa P. Taques que eram pessoas de qualificada nobreza, que passaram do Algarve para Lisboa, onde tinham um sobrinho de apelido Barros, que foi capitão de el-rei, sobrinhas de apelido Mendonça que fundaram um convento na vila de Almada, e outros de apelido Lobo que seguiram o real serviço, sendo despachados para a India. Pais de:
1- Antonio Poderoso, depois Pedroso de Barros.
2- Pedro Vaz de Barros .
Segundo revelou Antonio Pedroso de Barros, ao visitador do Santo Oficio, em 1591, seus progenitores e de seu irmão Pedro Vaz de Barros eram cristãos novos, de linhagem serfadita".

Pedro Vaz de Barros foi bandeirante nascido no Algarve, dos maiores sertanistas do início do século XVII. Em 18 de agosto de 1603 este reinol foi nomeado capitão-mor governador da capitania de São Vicente1 . Em 1605 voltou para Portugal, mas retornaria ao Brasil.
No retorno, casou com Luzia Leme2 , filha de Fernando Dias Pais e de Lucrécia Leme, estabelecendo-se com fazenda em Pinheiros, além de possuir o sítio de Itacoatiara e grande número de escravos índios.
Fez nova bandeira em agosto de 1611 com autorização de D. Luís de Sousa à região do Guairá, assaltando no final do ano a redução jesuítica de Paranambaré, ou Paranambu, e apresando 500 índios. Trazia os índios para São Paulo quando foi atacado pelo militar espanhol D. Antonio de Añasco, que lhe retomou a presa.
Em 1615 voltou outra vez à região do rio Paraná e Guairá e de novo em 1623. Sebastião Preto, ali morto, e seu irmão Manuel Preto, haviam descoberto a vantagem de prender índios aldeados, já com hábitos de trabalho rural. Além do rio Tietê e do rio Paraná surgiam como outras vias as Sete Quedas, o ±caminho do Piabiru± ou das cabeceiras do rio Paranapanema às do rio Ivaí e por este ao Piquiri e ao Paraná.
Era irmão de Antônio Pedroso de Barros. Foi vereador em 1619, capitão da vila em 1624, grande bandeirante (com famosa bandeira desde 1603), pois socorrera Santos quando de ataques corsários em 1614 e 1626, dono da Fazenda de criar gado do rio Pequeno desde 1640.
Sua descendência é descrita por Luís Gonzaga da Silva Leme no volume III de sua ±Genealogia Paulistana, pg. 442. Diz este autor:
Pedro Vaz de Barros e seu irmão Antônio Pedroso de Barros foram pessoas de qualificada nobreza e vieram ao Brasil providos, Antonio em capitão-mor da capitania de São Vicente e São Paulo, e o irmão Pedro Vaz de Barros em ouvidor da mesma capitania, com cláusula que, falecendo Antônio Pedroso, fosse capitão-mor governador e também ouvidor o irmão Pedro Vaz, e falecendo este acumulasse Antônio Pedroso os dois cargos, como se vê da carta patente passada em Lisboa em 1605, pela qual tomou posse Antônio Pedroso na câmara de São Vicente em 1607, que está registrada no arquivo da câmara de S. Paulo.
Porém, Pedro Vaz de Barros já tinha vindo a São Paulo muito antes daquelas épocas, pois consta que era capitão-mor governador da dita capitania pelos anos de 1602 (Cart. da provedoria da fazenda real, e arquivo da câmara de S. Paulo). Neste arquivo da câmara de S. Paulo se vê que para se tomar um assento em câmara sobre a vinda de quatro soldados espanhóis de Vila Rica do Espirito Santo da província do Paraguai, foi neste ato presidente Pedro Vaz de Barros, como capitão-mor governador de S. Paulo. Caderno de vereanças tit. 1601).
No cartório do tabelião da vila de São Vicente se acham autos de justificação de nobilitate probanda, titulo, o capitão Valentim de Barros, nascido em 1643, e escrivão deles o tabelião Antonio Madeira Salvadores. E também os autos de justificação do capitão Fernão Pais de Barros, ano de 1678, escrivão deles o mesmo tabelião Salvadores. Destes dois autos consta que Pedro Vaz de Barros viera à capitania de São Vicente em serviços da coroa, e que, voltando ao reino, tornara à mesma capitania, provido em capitão-mor governador dela. Que seu irmão Antônio Pedroso viera à vila de São Vicente, onde chegara com o tratamento de homem nobre, trazendo criados brancos que o serviam, e casara na dita vila com uma filha de Jerônimo Leitão que tinha sido capitão-mor governador da capitania de São Vicente, em cuja vila ficara sendo morador dito Antônio Pedroso de Barros. Deste matrimonio há descendência na vila de São Vicente, conhecida nos Pedrosos Barros.
Estes dois irmãos Antonio Pedroso e Pedro Vaz (pelos autos referidos) eram naturais do reino do Algarve, de onde passaram a ser moradores de Lisboa. Nesta corte tiveram um primo direito, que foi o licenciado Antônio de Barros, presbítero secular e capelão que foi de el-rei. Este Padre Antônio de Barros teve duas irmãs: Helena de Mendonça e Maria de Mendonça, casadas com pessoas cavalheiras; elas fundaram na vila de Almada o convento de Nosssa Senhora da Piedade, onde se recolheram ditas fundadoras, que também foram irmãs de Jerônimo Lobo e de Antônio Lobo, que, seguindo o real serviço na milícia, foram ambos despachados para a Índia. Destes mesmos foi irmão frei José de Jesus Maria, religioso da Cartuxa, como consta dos referidos autos, de que se deu instrumento a Fernão Pais de Barros, registrados em 1762 na câmara de S. Paulo."

LUZIA LEME
Inventário e Testamento

SAESP vol. 15, fls. 407 a 467
Inventário 21-2-1656
Local: vila de São Paulo, em pousadas da defunta Luzia Leme.
Juiz dos Órfãos: Dom Simão de Toledo
Escrivão dos Órfãos; Luiz de Andrade.
Avaliadores: Manuel Alvres de Sousa e Manuel de Aguiar..
Declarante: Capitão Pedro Vaz de Barros, filho da defunta

Título dos filhos:
- Valentim de Barros, já defunto seus filhos órfãos a saber: Fernando e João cujas idades consta no inventário de seu pai.
- Antonio Pedroso de Barros, já defunto, seus filhos órfãos em seu lugar a saber: Pero, Antonio, Ignez, Luzia, cujas idades consta no inventário de seu pai.
- Luiz Pedroso, ausente, casado com Leonor de Siqueira.
- Lucrecia Pedroso, já defunta.
- Pedro Vaz de Barros, de 37 anos.
- Fernão Paes de Barros, de idade 23 anos.
- Bastião Paes de Barros, de idade de vinte -------

TESTAMENTO

Em nome (...)
Aos 29-11-1655 eu Luzia Leme, faço este meu testamento:
Encomenda a alma.
Rogo a meus filhos Pedro Vaz de Barros e Fernão Paes de Barros queiram ser meus testamenteiros.
Meu corpo será sepultado no convento de Nossa Senhora do Monte do Carmo no cruzeiro.
Acompanhamentos e missas.
Declaro que fui casada com o capitão Pedro Vaz de Barros, já defunto, de quem tive sete filhos machos e uma femea a saber: Jeronymo Pedroso, Valentim de Barros; ----- Pedroso de Barros; Luiz Pedroso de Barros, Pedro Vaz de Barros, Fernão Paes de Barros, Sebastião Paes e Lucrecia Pedroso.
Declaro que dos sobreditos meus filhos Jeronymo Pedroso morreu sem herdeiro; Valentim de Barros foi inteirado do que lhe ficou por morte de seu pai, por ele ser morto seus filhos herdarão na parte do que por minha morte - o que lhes couber; Antonio Pedroso de Barros se lhe dará por minha morte não só o que lhe tocar mas tudo o que por morte de seu pai lhe coube o que tudo se entregará a seus filhos por ele ser morto o sobredito meu filho; Luiz Pedroso já lhe tenho dado o que lhe coube por morte de seu pai e por minha morte se lhe dará o que lhe tocar;  declaro que minha filha Lucrecia Pedroso já está inteirada do que lhe coube por morte de seu pai e se lhe deu fora isso seu dote de casamento --- que a ela lhe tocam se darão a sua filha.
Declaro que os mais filhos que são Pedro Vaz de Barros, ------ Paes de Barros, Sebastião Paes ainda não ---------- de suas legitimas e assim se lhes darão.
(...) pelo padre frei Angelo dos Martyres religioso de Nossa Senhora do Carmo provincial desta vila e convento dela. Frei Angelo dos Martyres.
Declaro que minha terça depois de cumpridos meus legados o que restar se reparta igualmente por meus herdeiros.
Aprovação: 1655
Cumpra-se São Paulo 22-11-1655 - como vigário Lobo.
Cumpra-se são Paulo --- novembro 655 - Antonio -------

Avaliações, bens no sitio dos Pinheiros, sitio na paragem Itacoatiara

10-10-1656 - Curador a lide dos órfãos que ficaram de Antonio Pedroso de Barros: Alferes Francisco Rodrigues Penteado.
10-10-1656 - Curador a lide da órfã Maria, filha de Antonio de Almeida Pimentel:  João Leite.

Citados para partilhas:
João Leite procurador a lide da órfã Maria, filha do defunto Antonio de Almeida Pimentel: pelo qual foi dito que não queria nada.
-ao alferes Francisco Rodrigues Penteado
- Pedro Vaz de Barros
- Fernão Paes de Barros
- Bastião Paes
- Leonor de Siqueira
- a Dom Francisco de Lemos como procurador de Dom João Matheus Rendon tutor e curador dos órfãos filhos que ficaram de Valentim de Barros.
Pelos quais me foi dito que queriam herdar

Monte liquido 1:080$650 para partir entre seis herdeiros.
quinhões, entre eles:
- que coube a Luiz Pedroso de Barros, o qual foi entregue a sua mulher Leonor Siqueira.

Recibos e quitações.
(e4ntre eles)
fls. 453: recebi do acompanhamento no enterro de Luzia Leme, convento de Santo Ignácio hoje 21-11-1655 - o mestre de estudo Antonio Pinto.

fls. 461/462- Por Luiz Pedroso de Barros não encontrar-se em lugar certo e não poder ser citado, para se fazer as partilhas foram inquiridas as testemunhas  abaixo sobre o fato:
Aos 18-9-1656 foram apresentadas para inquirição:
1- Luiz Dias Setuval, morador nesta vila de São Paulo, de 46 anos, pouco mais ou menos. (...).
2- Pantaleão de Sousa, morador nesta vila de São Paulo, de 33 anos, (...).
3- Diogo Ferreira, morador nesta vila de São Paulo, de 27 anos, (...).
4- Antonio Pardo, morador nesta vila de São Paulo, de 41 anos, (...).

5- João de Campos Carvajal, morador nesta vila de São Paulo, de 44 anos,. (...).

O capitão-mor governador Pedro Vaz de Barros faleceu com testamento em 1644 e foi casado com Luzia Leme, falecida em 1655, filha de Fernão Dias Paes e de Lucrécia Leme. Filhos :

1 - Capitão Valentim de Barros
2 - Antônio Pedroso de Barros
3 - Luís Pedroso de Barros , que segue no capítulo seguinte
4 - Pedro Vaz de Barros (filho)

Capítulo III - Luís Pedroso de Barros

Nascido pelos anos de 1609 , falecido em 1662 no Reino do Peru , partindo em sua célebre bandeira ao sertão dos índios Serranos (atual Bolívia , que creio naquela época pertencia ao Reino do Peru) , não mais dando notícias ...
Foi casado com Leonor de Siqueira Góes de Araújo , falecida em São Paulo em 1699 , com quem deixou , pelo menos , a filha Maria de Araújo , que segue no capítulo seguinte :


"Irmão do famoso bandeirante Valentim Pedroso de Barros. Silva Leme descreve sua família no volume III de sua Genealogia Paulistana. Filho do capitão-mor governador Pedro Vaz de Barros e de Luzia Leme. Nasceu entre 1608 e1610, e morreu em 1662. Silva Leme estuda sua família em sua obra Genealogia Paulistana, volume III, página 480.
Saiu em 1639 no posto de capitão de infantaria na mesma expedição de que fez parte seu irmão o capitão Valentim, que de São Paulo foi socorrer a Bahia e Pernambuco contra a invasão dos holandeses. Fez parte do terço do mestre de campo Luís Barbalho Bezerra, cuja célebre retirada da ponta de São Roque, na enseada dos Touros, os levaria até Salvador em 1639. Levou o capitão Luís Pedroso em sua companhia muitos índios de sua propriedade, sendo governador e capitão-mor de toda a expedição Antônio Raposo Tavares.
Em 1656 , partiu na célebre bandeira ao sertão dos índios serranos, na Bolívia atual. Não dando mais notícia de si, escreveu Pedro Taques que morreu 1662 naqueles desertos ou seja, no reino do Peru.
Casou na Bahia com uma senhora baiana, D. Leonor de Siqueira Góis e Araújo, irmã inteira de Catarina, casada com seu irmão capitão Valentim Pedroso de Barros. Voltou a São Paulo trazendo a mulher que faleceu em 1699, deixando duas filhas.
Leonor ajudaria a reconstrução do Colégio dos Jesuítas em São Paulo em 1683, com sua filha D. Angela de Siqueira, casada com Pedro Taques de Almeida. Morreu em 1704 carregada de bens esta grande protetora dos jesuítas, tendo gasto enormes somas na restauração do colégio, e sabia, ó espanto para aquela época, redigir seu próprio testamento. Fora instruída, como sua irmã Catarina. Deixou ao neto, Timóteo Correia de Góis, uma lâmina da Virgem senhora e uma imagem de Cristo, por serviços que lhe fizera"

Capitulo IV - Maria de Araújo

Falecida em 1683 , foi casada em 1695 com Lourenço Castanho Taques , o Moço , nascido por 1641 e falecido em São Paulo em 1708 , filho de outro bandeirante de mesmo nome e de Maria de Lara.

"Filho de Lourenço Castanho Taques e bandeirante como o pai. Partiu de São Paulo em 1675 ou 1676 sua bandeira que, seguindo itinerário de Fernão Dias, atacou e aniquilou os índios cataguá no sítio por isso chamado Conquistador , vencendo-os e perseguindo-os até o rio Araxá. Passou dai ao rio Paracatu, estabelecendo ali um posto, onde demorou dois anos.
Inclinara-se ao descobrimento do ouro, pois Fernão Dias Paes saíra em busca das esmeraldas, de modo que lembrou da tradição dos índios, de que haveria abundante ouro em Goiás, para onde, por Mogi ou por Araraquara, haviam partido de São Paulo anteriormente Antônio Pedroso de Alvarenga (que descobriu as nascentes do rio Araguaia e do rio Parnaíba) e Pascoal Pais de Araújo que arrebanhara índios e fundara fazendas no sertão de Pernambuco.
Era sertanista adjunto à grande bandeira de Sebastião Pais de Barros ao rio Tocantins de 1670 a 1674; tendo à disposição caminho aberto até a Ibituruna, adentrou o Reino dos índios cataguá e os enfrentou, como se dizia: dobrando a Mantiqueira, bateu-os na Conquista, e os perseguiu invadindo o distrito do Araxá - assim os índios chamavam as bandas orientais dos pontos onde moravam. Por ali foi ter à serra do rio Paracatu ( rio bom) cujo arraial teria iniciado; uma serra, inclusive, ai guarda seu nome.
Voltou a São Paulo e morreu em 7 de março de 1677, deixando um filho, do mesmo nome, no cargo hereditário de juiz ordinário.
Diz-se que, estimulado pela Carta Régia de 23 de fevereiro de 1674, resolvera também empreender bandeira, e trouxe a São Paulo, antes de sua morte, a notícia certa da existência das minas de ouro. Depois, como aniquilou os índios cataguás, reconheceu-se a região dividida em três zonas distintas segundo sua cobertura vegetal:
A primeira seria desde a Mantiqueira à serra da Borda do Campo, país dos cataguá, bacia do rio Grande, coberta de campos e matos alternados;
A segunda, região dos campos, vasto côncavo das serras da Borda à Itatiaia (itatiaia é nome comum a todas as serras de vertentes por um e outro lado, suando os rios), campos com falhas de mato enfezado, a zona mais bela ou das congonhas.
A terceira, zona do sertão de Caeté, matos sem mistura de campos, rios enormes, serranias impenetráveis, riquezas minerais, feras e monstros, Ouro Preto.
Este nome cataguá servirá até cerca de 1710 para designar as minas dos Cataguazes, ou de Ouro Preto, Carmo, etc. como se verifica em Antonil. Deixou de ser completamente usado em 1721, quando Minas passou a capitania independente.
Sua glória, como se disse durante muitos anos, foi ter aniquilado os índios cataguá, o que determinou a conquista definitiva do território central das atuais Minas Gerais".

Maria de Araújo e seu marido Lourenço Castanho Taques , o Moço , deixaram , entre outros , a filha Inácia de Góes , que segue no capítulo seguinte :

Capítulo IV - Inácia de Góes

Da genealogia Paulistana de Silva Leme :

4-11 José de Barros Bicudo Leme, último f.° de 3-3, casou em 1695 em S. Paulo com Ignacia de Góes f.a de Lourenço Castanho Tiques e de Maria de Araujo. V. 4.ð pág. 256. Faleceu José de Barros em 1714 em Parnaíba e teve 8 f.°s (C. O. S. Paulo).

Entre outros , Inácia de Góes e seu marido Jose de Barros Bicudo Leme deixaram o filho Bento de Barros Bicudo , que segue no capítulo seguinte :

Capítulo V - Bento de Barros Bicudo

Da Genealogia Paulistana  :

Pág. 327
5-5 Bento de Barros Bicudo, f.o de José de Barros Bicudo Leme n.° 4-10, foi natural de Araçariguama, casou em 1737 em Itu com Maria Garcia f.a de Antonio Garcia Borba e de Rosa de Campos. Tit. Garcia Velhos. Teve 4 f.os:

6-1 José de Barros
6-2 Maria de Barros , que segue no capítulo seguinte
6-3 Rosa
6-4 Ignacia

Capítulo VI - Maria de Barros 

Nascida pelos anos de 1740 na então Vila de Itu , SP.  Seguiu com sua família para Minas Gerais , onde casou-se , aos 27/11/1756 , na Capela das Lavras , freguesia de Carrancas , com João Marques Padilha , natural de São João del Rei , filho do capitão Luís Marques das Neves e de sua mulher Maria de Moraes Raposo.
Segue esta família e seus descendentes através do capítulo III do blog : http://antoniovieiradourado.blogspot.com.br/


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